sexta-feira, novembro 03, 2006
O ÚLTIMO CAFÉPassou um ano desde que o projecto começou. Um início atribulado (quem sabe, premonitório) com um problema de saúde à mistura, a fazer atrasar tudo. Para trás, um convite bem recebido e um sacrifício da (até ali única) actividade profissional, para poder conciliar tudo (ainda que com muitos poucos - ou nenhuns - benefícios pessoais ou financeiros). Para a frente, um projecto que tinha tudo para ser bom e duradoiro mas aos qual praticamente tudo faltou para o ser na verdade. Com culpas de todos, sem culpa de ninguém... um misto dos dois, certamente. Fica alguma mágoa por a boa disposição trazida para o "ar" todos os dias (apesar do despertar às 5:30, das viagens de combóio e do improviso pouco profissional a que a equipa se sujeitou, devido a um acumular de prazos e atrasos, seguranças e inseguranças) não condizer com a disposição com que agora olho para trás. Esta é a minha visão - final - sobre um projecto a que eu sempre chamei (não de "Café com Pimenta") de "Da Torrada à Batata Frita", que é claramente o pior nome de programa de rádio de todo o sempre mas que um dia irei mesmo usar. "Café com Pimenta" ficou e eu aceitei, na esperança de poder ajudar a fazer viver uma zona "morta" e amorfa. Não consegui. Falhei. A região continua "morta" e amorfa... porque quer... e porque nada de realmente bom lhe é dado para que a situação se inverta. Saí porque quis mais e agora tenho. Só não tenho aquilo que fiz por merecer antes, durante e até depois da saída. O blog nunca mais foi actualizado, embora todos tivessem a password. Acho que é o símbolo do laxismo a que nada deve ver-se votado quando se fala em "projecto". Fiz o que podia e mesmo o que, não tendo capacidade para fazer, me obriguei a cumprir com o maior sucesso possível (e com algum - inegável - insucesso). Este é o ÚLTIMO CAFÉ. Não devo nada a ninguém e nem toda a gente pode dizer o mesmo. Fico tristemente feliz por isso. Relembro que este post é da minha inteira e exclusiva responsabilidade; não "em nome" de uma equipa, que neste momento nem sei se existe. Desejo o melhor a todos o que fizeram parte do projecto. Principalmente - e "elevo-a" ao patamar que realmente merece, pela dedicação e margem de progressão que tem - à Susana Simões. Quem dá o que tem... a mais não é obrigado. É isso que sinto, tanto do meu trabalho, como do da Susana. Espero "ouvê-la" num noticiário condizente com o que tem para dar muito em breve. Fica por aqui o projecto, mais de 9 meses de ter "terminado" e mais de meio ano de ter caído num vazio estranho, sem denominação possível. Desejo também felicidades ao computador. Que faça ele bem o trabalho que lhe foi confiado. Quanto ao resto, conheço bem a expressão "The check is the mail...". Que ninguém julgue o contrário. Adeus. Vemo-nos para um café... um dia destes...
Marco António